1 - Ladrões e Mentirosas

OS LADRÕES

Você já fez uma excursão na montanha? Nós fizemos, éramos um grupo de seis, subindo uma trilha da Estrada Bela Aurora, em direção à mística Pedra da Mina, montanha que não acaba mais. Inexperientes, fomos envolvidos por uma neblina densa – daquelas de cortar com bisturi – e acabamos nos separando. Uma chuva torrencial completou o cenário.

Tateando aqui e ali, achei a Marta meia hora depois, tão perdida quanto eu. Mas continuamos andando e sentimos cheiro de lenha queimando. Com aquela chuva, não poderia ser incêndio na mata e, ensopadas até a alma, seguimos o cheiro para nos abrigarmos.

A chuva parou, o céu limpou e o frio baixou, mas, boas farejadoras, acabamos por ver uma tremelicante luz de um casebre. Mais tremelicantes do que nós seria impossível e apertamos o passo em direção àquela janela amarelada que nos enchia de esperança.

A janela era alta, mas decidimos espiar antes de bater na porta. Marta, magricela e alta, catou uma pedras e trepou no montinho e:
- Nossa! Eles estão contando... dinheiro! Só podem ser ladrões!

Disse isso e despencou do montinho. O barulho foi alto e os ladrões, um de cabeça branca e o outro um rapazola, saíram de arma e lampião na mão. Levaram a gente para dentro e tiraram nossas roupas encharcadas.
- Vocês podem ficar dodói!, disse o Velho, com um sorrisinho sarcástico.

O mais moço arrastou a Marta já com os punhos presos: “vou comer essa magrela de cabo a rabo, vou enfiar o cacete nela até sair do outro lado.” E desapareceu na bravata. O Velho sussurrou baixinho: com aquela piroquinha..?

Lembrei na hora do Edmilson; devia estar preocupado, com frio e com seu pauzinho molhado ainda menor...

O Velho amarrou meus pulsos com fita isolante e prendeu a mochila cheia de grana nas minhas pernas. Virei uma presidiária com uma bola de ferro, bem valiosa, nos pés. Nuazinha, fui colocada sobre a lenha ao lado do fogão, de onde partiam raios da luz laranja do fogo. Isso foi ótimo porque o calor foi me reanimando.

Ele pôs uma banana para cozinhar. “Gosta de banana?? Não ?? Ah, mas dessa você vai gostar...” 

Aí aproximou o pau e me mandou ir mordendo por cima da calça mesmo. Pensei: lá vem meia-bomba e encarei. Era mesmo uma maria-mole, mas dava sinais de vida – esse Velho tomou remedinho. Tirou as calças e a coisa aí já era pra valer.

Enfiei o nariz no rasgo da cueca e fui empurrando o pano até chegar na pele. Aí parei de morder e passei a língua – e... explodiu! Naquele momento já não era mais estupro, era uma foda.

Então a panela borbulhou. Ele tirou a banana, cortou ao meio e provou se estava quente. Me jogou na mesa de bruços e prendeu uma perna no pé da mesa. Lambuzou meu rabo de óleo e botou a banana devagar; ela foi entrando, durinha e quentinha, uma delícia. Aí empurrou com o cacete.

A banana era o vagão, o pau era a locomotiva e eu era a estação!
Central do Brasil, Estação da Luz!!

Eu queria apitar, tocar sino, mas barulhos poderiam denunciar o meu ladrão. Nesta hora eu já era amante do Meu Ladrão. Pica com banana quentinha... aquilo tocava lá dentro e eu não parava de mexer.

De madrugada, ele me acordou para botar a roupa. Marta já estava vestida, cheia de fita isolante, nos pulsos e nos olhos. Taparam os meus também. Botaram a gente no banco traseiro de um carro – grande e velho, um Opala talvez – e rodamos na terra e no asfalto. Aí paramos.

Ele tirou a fita dos meus pulsos e disse, “daqui a pouco passa o ônibus”. Me deu um beijo na boca e sumiu.

Sentadas no ônibus, perguntei pra Marta como tinha sido:
- Moleza, pau minúsculo, ejaculação precoce, e você?
- Comigo, nada, o cara dormiu.

Com a mentira, a banana se mexeu lá dentro. Calei a boca antes que o pior acontecesse.

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